sexta-feira, 23 de agosto de 2013

10 perguntas profundas, 100 respostas vazias...



Quando fiquei desempregada há mais de 05 meses, fiquei arrasada. Depois para preencher o tempo e não deprimir comecei a prestar atenção (até para ver se realmente funcionavam) em todas as dicas que as consultorias de Recursos Humanos davam para a recolocação profissional que aqui vou chamar de “RF” que é para evitar ficar repetindo esta expressão o tempo todo (ninguém merece)... Logo no primeiro mês, peguei o seguro desemprego e para não correr o risco de gastar, decidi fazer um curso de marketing. Sempre quis fazer um curso de marketing!!! Antes, até tinha dinheiro, mas não tinha tempo! Eis agora que o oposto acontece! Mas, não desanimei. Me ocorreu  que entender de marketing podia ajudar a me dar bem numa entrevista, aprender a valorizar minhas potencialidades, meu pontos fortes.  Além do mais, uma das dicas de “RF” que é consenso é buscar formas de se relacionar com pessoas que possam te indicar oportunidades de emprego, é o famoso network. E não se faz network em casa... Então tomei coragem de gastar o seguro desemprego e me matriculei no curso da melhor instituição que me indicaram. Mas, antes praticamente tracei um plano de networking cujo objetivo era a “RF”! Fiz questão de fazer um curso noturno e que não fosse diário, porque quem está empregado só faz curso noturno e prefere que não seja diário. Esta minha idéia acabou se confirmando. Com exceção de mim e mais 03 gatos pingados, todos os outros alunos estavam empregados. Mas, nem tudo saiu como o planejado. Sim, o curso me acrescentou muito e me encantei loucamente por marketing. Mas, o que fugiu ao meu planejamento foi o perfil da turma... Grande parte era empresários de pequenas empresas, a outra grande parte era empregado de pequenas empresas... E percebi bem rápido que pequenas empresas são geralmente familiares e têm este nome porque empregam pessoas da família... Apenas 03 ou 04 colegas trabalhavam em organizações maiores. Como agora tenho tempo livre de sobra, pude me dedicar, pesquisar e meu comportamento acabou chamando atenção do professor que vinha de outro estado dar aula pra gente (logo, também não ia me conseguir um emprego). Mas, o fato é que me empolguei tanto com mkt (esta é a sigla de marketing) que decidi continuar, mesmo que o plano de usar o curso como trampolim para um emprego tivesse ido por água abaixo. Acabei compreendendo mais do que a diferença entre produtos e serviços e seus respectivos consumidores, conheci algumas pessoas e suas experiências, incríveis experiências, por sinal. Histórias de vida que valeram todo o investimento. Muitas delas tinham ficado desempregadas (e desesperadas) como eu e conseguiram recomeçar. A maioria das pessoas decidiu abrir seu próprio negócio, com exceção do professor que também era um “ex-desempregado”. E meus novos colegas me pareceram felizes, bem remunerados, pareciam ter se encontrado, coisa que ainda não tinha acontecido comigo. Afinal, formei em administração, mas nunca gostei verdadeiramente do lado burocrático da administração, no qual sempre atuei (controle de estoques, licitação, contratos). Algumas pessoas como Léo e Karina que conheci no curso, me fizeram repensar que talvez durante minha vida, eu tenha arriscado muito pouco, que as oportunidades existem sob diversas formas e que se não existirem precisamos encontrar um meio de criá-las e às vezes este meio implica riscos. É literalmente como riscar uma palavra da mente (segurança) e escrever outra no lugar (sonho). Quando se tem um sonho, arriscar é quase inevitável, e às vezes não tem um meio termo, é preciso arriscar muito, quase tudo... Acho que o curso que terminou hoje foi início de uma mudança em mim. Talvez a mudança tenha realmente acontecido quando decidi me inscrever no curso, talvez tenha sido algo instintivo, apenas uma saída para me ocupar, não pirar e acabou trazendo uma reflexão que eu estivesse evitando há muito tempo. Por qual sonho eu me arriscaria hoje? Qual é o meu sonho? O que eu quero, não para um futuro profissional distante, mas daqui há um ano... Sei que estes questionamentos são meus, mas também podem ser de muitas pessoas. Tenho a impressão de que na próxima semana, ainda não terei respostas, é bem provável que eu tenha mais perguntas, mas como diz o comercial da Tv (olha eu posando de mkt, rsss) não são as respostas que mudam o mundo, são as perguntas...




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