Quando fiquei desempregada há
mais de 05 meses, fiquei arrasada. Depois para preencher o tempo e não deprimir
comecei a prestar atenção (até para ver se realmente funcionavam) em todas as
dicas que as consultorias de Recursos Humanos davam para a recolocação
profissional que aqui vou chamar de “RF” que é para evitar ficar repetindo esta
expressão o tempo todo (ninguém merece)... Logo no primeiro mês, peguei o
seguro desemprego e para não correr o risco de gastar, decidi fazer um curso de
marketing. Sempre quis fazer um curso de marketing!!! Antes, até tinha
dinheiro, mas não tinha tempo! Eis agora que o oposto acontece! Mas, não desanimei.
Me ocorreu que entender de marketing
podia ajudar a me dar bem numa entrevista, aprender a valorizar minhas
potencialidades, meu pontos fortes. Além
do mais, uma das dicas de “RF” que é consenso é buscar formas de se relacionar
com pessoas que possam te indicar oportunidades de emprego, é o famoso network.
E não se faz network em casa... Então tomei coragem de gastar o seguro
desemprego e me matriculei no curso da melhor instituição que me indicaram.
Mas, antes praticamente tracei um plano de networking cujo objetivo era a “RF”!
Fiz questão de fazer um curso noturno e que não fosse diário, porque quem está
empregado só faz curso noturno e prefere que não seja diário. Esta minha idéia
acabou se confirmando. Com exceção de mim e mais 03 gatos pingados, todos os
outros alunos estavam empregados. Mas, nem tudo saiu como o planejado. Sim, o
curso me acrescentou muito e me encantei loucamente por marketing. Mas, o que
fugiu ao meu planejamento foi o perfil da turma... Grande parte era empresários
de pequenas empresas, a outra grande parte era empregado de pequenas
empresas... E percebi bem rápido que pequenas empresas são geralmente
familiares e têm este nome porque empregam pessoas da família... Apenas 03 ou
04 colegas trabalhavam em organizações maiores. Como agora tenho tempo livre de
sobra, pude me dedicar, pesquisar e meu comportamento acabou chamando atenção
do professor que vinha de outro estado dar aula pra gente (logo, também não ia
me conseguir um emprego). Mas, o fato é que me empolguei tanto com mkt (esta é
a sigla de marketing) que decidi continuar, mesmo que o plano de usar o curso
como trampolim para um emprego tivesse ido por água abaixo. Acabei
compreendendo mais do que a diferença entre produtos e serviços e seus
respectivos consumidores, conheci algumas pessoas e suas experiências,
incríveis experiências, por sinal. Histórias de vida que valeram todo o
investimento. Muitas delas tinham ficado desempregadas (e desesperadas) como eu
e conseguiram recomeçar. A maioria das pessoas decidiu abrir seu próprio
negócio, com exceção do professor que também era um “ex-desempregado”. E meus
novos colegas me pareceram felizes, bem remunerados, pareciam ter se
encontrado, coisa que ainda não tinha acontecido comigo. Afinal, formei em
administração, mas nunca gostei verdadeiramente do lado burocrático da
administração, no qual sempre atuei (controle de estoques, licitação,
contratos). Algumas pessoas como Léo e Karina que conheci no curso, me fizeram
repensar que talvez durante minha vida, eu tenha arriscado muito pouco, que as
oportunidades existem sob diversas formas e que se não existirem precisamos
encontrar um meio de criá-las e às vezes este meio implica riscos. É
literalmente como riscar uma palavra da mente (segurança) e escrever outra no
lugar (sonho). Quando se tem um sonho, arriscar é quase inevitável, e às vezes
não tem um meio termo, é preciso arriscar muito, quase tudo... Acho que o curso
que terminou hoje foi início de uma mudança em mim. Talvez a mudança tenha
realmente acontecido quando decidi me inscrever no curso, talvez tenha sido
algo instintivo, apenas uma saída para me ocupar, não pirar e acabou trazendo
uma reflexão que eu estivesse evitando há muito tempo. Por qual sonho eu me
arriscaria hoje? Qual é o meu sonho? O que eu quero, não para um futuro
profissional distante, mas daqui há um ano... Sei que estes questionamentos são
meus, mas também podem ser de muitas pessoas. Tenho a impressão de que na
próxima semana, ainda não terei respostas, é bem provável que eu tenha mais
perguntas, mas como diz o comercial da Tv (olha eu posando de mkt, rsss) não
são as respostas que mudam o mundo, são as perguntas...
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Cilada? Nunca mais!
Esta semana fiz uma nova entrevista. Já não sei quantas
entrevistas fiz nos últimos 5 meses. Mas, sei que já caí em tanta cilada que
agora estou ficando esperta, daqui a pouco viro consultora de ciladas. Se vir
um anúncio no jornal, escrito “ganhe a partir de R$ 3.000,00 sem sair de casa”
não tenho mais a menor curiosidade em saber como. Meu radar me sinaliza: é
cilada! E se aparecer um anúncio com o título “contato publicitário”, corro
léguas! Sinto pena dos estudantes de publicidade que caem na bobagem de
comparecer a entrevista. Tem de tudo um pouco, minha gente! Vender curso de
inglês por correspondência (sim, isto ainda existe) foi o sabor que veio pra
mim. Aliás, caderno de emprego seja eletrônico ou impresso tem algum efeito que
parece hipnotizar as pessoas (não sou apenas eu que caio em “pegadinhas”,uma
amiga teve várias experiências que se não fossem trágicas seriam cômicas). E
concordamos num ponto: parte da culpa é realmente nossa ou da nossa ansiedade... O interessante é que começamos a procurar no
caderno de empregos alguma vaga que tenha nosso perfil, quando percebemos que
nada se encaixa, vamos para as segundas opções, não as encontramos e então vamos
para as terceiras, quartas, quintas opções. Quando percebemos estamos enviando
currículo para uma vaga que não tem nada a ver com nossa formação e cuja
entrevista será, via de regra ,do outro lado da cidade. Só depois de garantir (indo à entrevista )
que não estamos desperdiçando uma oportunidade e que caímos numa roubada é que pensamos
com a devida razão: como é que um anúncio publicado no jornal onde diz: “compareça
nesta segunda-feira, apenas nesta segunda-feira, às 13:00H” pode ser algo que
valha a pena? Não tenho nada contra marketing multinível, vendas por meio de
sistema de pirâmides ou qualquer outra forma lícita de ganhar dinheiro, mas
acho justo que as pessoas possam escolher se querem ou não participar de uma
entrevista desta. Por isto, a entrevista
de hoje foi uma das mais importantes de todo este período. Não me garantiu um
emprego, mas me valeu nunca mais ter que passar por algumas experiências bem
desagradáveis. A entrevista foi com uma psicóloga muito simpática e educada
(não sei se as psicólogas geralmente são assim ou se as pessoas que são assim
fazem psicologia). Ambas percebemos rapidamente que eu não me encaixava no
perfil, era necessária uma experiência de no mínimo 03 anos em um sistema
informatizado específico que eu não tenho. E já que eu estava lá aproveitei a
oportunidade e o fato dela me parecer legal e perguntei tudo que sempre quis e
nunca tive coragem em uma entrevista de trabalho. E aqui vão as informações
mais importantes! As consultorias de Recursos Humanos sérias que costumam
anunciar em jornal geralmente não divulgam para qual empresa é a vaga, mas
SEMPRE colocam sua marca e um contato (telefone, site, e-mail), por isto
suspeite de anúncios que não tem como conseguir mais informações. Desconfie
também de quem divulga salários muito altos, geralmente a empresa prefere
discutir isto na entrevista. Uma
curiosidade: as consultorias não divulgam para quem estão realizando a
entrevista porque o processo pode ser sigiloso e a vaga será fruto de uma
demissão, logo o futuro demitido não pode saber. Se divulgarem no site por
exemplo, corre o risco da informação vazar. Isto me deixou mais tranqüila,
antes achava que era puro suspense pra nos deixar com os nervos ainda mais a
flor da pele. Ahhh! E sobre aquela
história de psicóloga ficar observando todos os nossos gestos e expressões
faciais e saber quando respondemos um pergunta com dúvida, quando estamos
mentindo, a tradução de um arquear de sobrancelha? Muitíssimo difícil em apenas
um único encontro a pessoa conseguir decifrar tantos sinais, o que se tem é uma
impressão, foi o que ela disse! Pelo sim, pelo não, vou engolir minha ansiedade
e transmitir confiança e tranqüilidade. Estou numa fase que não estou aceitando
perder nada, nem tempo, nem saliva, nem fé, muito menos oportunidades de
emprego. Devia ter aproveitado o bate-papo e perguntado se psicóloga pode
preescrever tranquilizante... Olha que oportunidade que perdi ... Mas, pelo menos
não foi oportunidade de emprego...
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